Olho de Goya

11/1/20251 min read

Os tempos davam tempestade

Forte em certas alturas

Da estrada.

Vinhas do País Basco.

Reflectindo todo o sul

Da semana passada

Depois, enquanto escolhias dois robalos,

Falavas da infância, as férias

Chegado a casa, onde pudeste assentar.

Tomaste consciência da importância de envelhecer

aquelas horas

Até teres mesmo de criar um emprego

Para poderes ajudar este poema.

Pensas na cerveja de Bilbau.

Vem-te à ideia Orson Welles e os pombos-correio de

Euskadi.

De Espanha a França e vice-versa.

Mas sobretudo esse auto-retrato de Goya

Não se desviou de ti um milímetro.

Nunca parou de seguir-te até ao fim da sala

Não, não tirou o olho de ti

Trazia dito topei-te

A partir de agora não tens escape.