HIPERCUBO


Ouvindo agora som suave estrada via ponte
Agora e em todas as idades e números
Nocturno trânsito rarefeito. É uma da manhã, hora de sonos passados neste rumor da noite, enquanto espero relutante do sonho.
E agora suave carro sobre estrada via ponte soa longo
loongo, loooongo, looooooongo rasto direcção sul...
Agora som camioneta. Mais arrasto agora arrasta ruídos ecos de outras estrada norte noite norte afora…
Mas agora som-moto na rua do outro lado: rude-rude-rude — pára-embalo aproxima carro noite do bairro da cidade do país do continente...
Então som-automóvel morrendo logo-pronto. Primeira leva, e logo-pronto.
Segunda leva, e logo-pronto…
Em terceira aumenta, e logo-pronto. Em quarta quinta sexta prolonga o alto volume da estrada noite afora…
O som presente no silêncio, contínuo, etéreo.
É assim desde um começo.
Vai vem norte-sul, vem vai sul-norte, vai vem
Agora e em todas as idades e números
Vai vem.
Vai vem virá passou, vem vai
Vai vem.
Décadas de décadas de décadas de décadas de décadas.
O som presente no silêncio, contínuo, etéreo.
Vai vem.
Vem vai.
Vai vem, mar de gente
Vem vai, nossa leva.
